Monday, May 16, 2005

A Vitoria não aterra porque o Luisão voa mais alto

Luisão o bom gigante do clube da águia, sentenciou, com um desvio oportuno a uma bola lançada sobre a grande área sportinguista, o desafio que opôs no pretérito sábado duas das mais prestigiadas agremiações desportivas portuguesas, Sporting e Benfica.

Depois do longilineo central voar entre os centrais deu-se a explosão no mítico café da Lourenço Almeida Azevedo. Contraditório, o momento misturou gritos de alegria e raiva, apupos e bravos, risos e lágrimas, ilusão e desespero revelando a heterogeneidade constitutiva da massa que atentamente seguia o prelio.

Tudo começou antes com a prévia reserva dos melhores “spots”: Seniores debaixo da televisão (cataratas miopias e outras maleitas da idade assim obrigam), o hércules da Antero de Quental e um grupelho residual logo a seguir (daqui vê-se melhor dizia o garoto, olhos sôfregos nas pernas do Nuno Gomes), na mesa de entrada uns inquietos beersbilly e javali (que a cada comentário somavam um sonoro “mais uma tulipa”, numa algazarra infernal) , na mesa tradicional moi méme, as miúdas e um fresco e elegante Maneta (aquele rapaz…ai aquele rapaz é uma peninha sozinho em Lisboa à mercê da grande metrópole).

Por lá passaram o Eng. Rabbit, o Arquitecto com nome de mestre renascentista (malta prometi não escrever nomes próprios e esta foi a maneira mais simpática que encontrei, não se melindrem) em representação da família que a essa hora se contentou em ouvir relatos… (“eles foram tão longe, foram tão longe e embora tão perto, não vão mais alem” – vocês sabem do que eu estou a falar…).

Foi um fim de tarde de estalo: um creme de sapateira, pela mãe de Zeu s, um camião de finos, por Odin, um chorrilho de bocas, por norma, e a vitória da única equipa que quis ganhar, por acaso.

Por isto ou por aquilo o certo é que o Café estava cheio, a abarrotar, claques animadas, observações argutas e sagazes, adeptos ladinos e brigões, adeptos do 4-4-2 e do tudo ao molho, entre um fino e um tremoço lá saía um nome ao arbitro (segundo fontes bem informadas parece que o pai do dito senhor…enfim…já apitava). Como não podiam ganhar os dois, ganhou o melhor.

Ganhou o Benfica e o Zé (que calma…, que porte…, que elevação na vitoria…que forreta nos saiu o tipo não ofereceu um fino sequer…)

Não se confirmou a previsão daquele amigo meio mongo envergando um jersey encarnado, que, entrevistado antes do jogo, dizia:

P: Então qual vai ser o resultado?

R: Quinje a zero, (abana a cabeça e repete) sim senhor, quinje a zero…

P: Ahhh quinze…olhe e quem marca os golos?

R: O jugador… quinje a zero…

P: Ahhh o jogador…isso quer dizer que o homem da relva não marca?...

R: Marca. Mas é anulado…quinje a zero”

Momentos antes tinha acabado no calhabé a dolce vita da Académica com um regresso, espero que momentâneo e irrepetível, ao amargo sabor da derrota. Conta o javali que alguns adeptos apuparam (provavelmente aqueles que só vão se houver bilhetes à gola), e que a Mancha Negra aplaudiu e rodou os cachecóis, especial louvor para os últimos, que sendo os que acompanham nos momentos difíceis (parabéns vocês nunca estão sozinhos), sabem que foram os jogadores que fizeram tudo mais fácil.

9 comments:

zeu s said...

O jogo foi dificil de acompanhar em larga medida devido ao facto do beersbilly e do javali estarem em constante arrufo.
Meninos... portem-se bem.
Não bastava o gosto duvidoso da camisola do vosso amigo eslavo e da eslava da vossa amiga ser do sportem, ainda tinham que estar sempre em desacordo.
Qual é o mal de desligar um telemovel num estadio? não se desliga nas igrejas (academica é uma questao de fé), nos cinemas (e por vezes há cada filme), nos dentistas (e os 0-4 nao deixou muita gente boquiaberta), no congresso do CDS (e o favorito perdeu). Já agora beers os sucessivos erros de analise a favor do sportem indiciam que nao viste bem o que conjugado com o corropio de tulipas para a tua mesa me faz pensar que "o maior cego é aquele que bebe pra nao ver", no entanto é melhor ser um bebado conhecido que um alcoólico anónimo. A talho de foice: preferia que assinassem os comentarios, na impossibilidade de vos reconhecer a todos (alguns escrevem bem melhor do que falam e por isso a tarefa é ingloria)pelo menos sabemos quem diz o quê. aquele abraço deste sempre vosso

Anonymous said...

Com a alma desfeita em 4 pedaços, venho recordar que faltam apenas 2 minutos para o nosso choque tecnológico. Finalmente vamos ter a Nossa página.

Anonymous said...

Já se registaram?

www.academica-oaf.pt

Anonymous said...

Balanço de fim de época

A convite do Chô Zé Nicolau aqui vos deixo a minha apreciação individual na Nossa Briosa, época 2004/05:

PEDRO ROMA: Imperial, o verdadeiro César Augusto das Briosas redes - mais um "pormenor" revelador da incomensorável ignorância futebolística do Chô Scolare - Ave, Pedro, tifosi te salutant.

DANI:Cumpriu sempre que chamado à baliza.

PEDRO GOMES: Obrigado pelos serviços prestados.

NUNO LUÍS: Pendular, um dos mais regulares da equipa, merceu a suub-braçadeira. Alturas houve em que foi o melhor.

JOSÉ CASTRO: Manchester, Juve...? Onde irás parar? Por certo ao Lado do Carvalho no eixo da defesa das quinas - se Chô Scolare souber onde fica Coimbra...- Grande época, grande miúdo, desde os sete anos de torre ao peito.Amamos-te!

JOSÉ ANTÓNIO: O totalista, jogador imenso - por favor continua - o patrão da defesa, imprescindível, omnipresente, querer e dedicação. Quis sair no início da época, ficou aparentemente contrariado mas revelou todo o seu profissionalismo. Obrigado.

VASCO FAÍSCA: O Italiano. Grande aposta, polivalente, prefiro vê-lo ao centro mas à esquerda cumpriu integralmente. Nesa faixa faltou, sim, um extremo e não um lateral.

DANILO: Um suplente, não acrescentou mais valias, também não comprometeu.

FREDY: Um dos subcapitães. A espaços - muito breves- revelou algum fulgor, depois apagou-se.

LIRA: Quem??? Quem contratou este homem? Chicote já!!!

PEDRO HENRIQUES: Época para esquecer - lesões - é pena. Julgo que merecia outra oportunidade no plantel.

TIXIER: Um polivalente, o nosso Paulinho Santos civilizado. De uma utilidade e versatilidade notáveis. Fica, estamos contentes convosco.

CLEMENT BEAUD: Um campeão olímpico. Alguém me esclarece esta novela?

KENEDY: De facto, no sábado, o Vitinho foi visto nas imediações do estádio.

ANDRADE: O melhor é ires com a Ritinha ao Dr. Fernando Póvoas.

HUGO LEAL: Uma mais valia na reabertura do mercado. Sem deslimbrar foi importante na batalha da manutenção. A ficar.

RICARDO FERNANDES: Dois golos a abrir, tirou o chapéu e foi-se.

RODOLFO: Deu a bola...

NUNO PILOTO: Faz parte da mobília...

SARMENTO: Um golo. Pertence à cantera, vamos ver...

VÍTOR VINHA: Júnior. Internacional luso. Uma promessa.

PAULO ADRIANO: O capitão. A melhor época de sempre. Menos irregular que o costume. Foi importante na manutenção.

GAÚCHO: Parece bom jogador. Por momentos pareceu o playmaker que tanto necessitávamos. Algumas dúvidas. Inicialmente apontado para ser o tão desejado extremo esquerdo, mas cedo se percebeu que não. Talvez um empréstimo...

DIONATAN: Tem tudo para ser o maestro. Menos samba e mais futebol. Pode ir longe quando perceber que está na Europa.

ROBERTO BRUM: Inicialmente tive muitas reservasa sobre o seu valor. Rendi-me. O nosso Costinha. Incansável. Brigão. Bon de bola. O patrão do meio campo.

DELMER: Infeliz. Ele e nós. Começou a época transacta como vértice de um triângulo genial. o triângulo dos D's - Dionatan, Dário e Delmer. Esta época só o vi...no Continente.

JOEANO: Peça importante na manutenção anterior, este ano, zero! Tem os seus incondicionais, a emprestar.

LUCIANO: Rouba, leva a bola e faz o golo! Um ponta direita à antiga!Rápido, brigão, goleador. Precisa de mais cabeça. Estás na Europa oh meu!

MARCEL: 1 milhão de euros?!?!?! Precisa de provar bem mais que aquilo que provou. Lento e egoísta!

DÁRIO: Dariogol!!! O nosso menino, o nosso bebé. O melhor jogador da Briosa do último quarto de século.

NELO VINGADA: Gosto do estilo do professor, discurso escorreito, correcto. Homem inteligente. Quanto ao seu futebol, não me entusiasmou, mas salvou-nos. O mais importante. Continua. Para o ano mais ambição, caro Prof!

Anonymous said...

Hino do Tasco, ou ao Tasco


"Sonhos de Menino"

Lembro-me do Atenas, tão belo e formoso, que um dia queria vir a ter
Um grande grupo unido, sempre presente, para muito beber
Foi em Coimbra, no antigamente, que se viu então nascer
O grande tasco Atenas, que te leva a beber


E hoje com o Zé, ontem com o Aurélio, e eu com um fino sempre no prélio
É bom recordar, aqueles momentos que o Rogério nos deu
E tu vais beber, até ficar mouco, e o grande Atenas vai-te deixar louco
É bom recordar, o orgulho de estar, no Atenas a embebedar


Estou no grupo que quis, aqui sou feliz, no Atenas voltava a comer
Nas mesas a ler, mas sempre a beber, Atenas tu vais render
A melhor cerveja pra me emborrachar, o livro de cães a arder
Se estivesses no céu, morria pra beber


E hoje a com o Zé...




Para ser cantado com a música do Tony Carreira.

Anonymous said...

Agora num registo mais sério, gostava de partilhar convosco um poema do falecido Fernando Assis Pacheco, gostava que o lessem, reflectissem e o discutissemos:

Canção do ano 86

Agora quando volto
quando é raro voltar e sempre por um dia
estou à minha espera na ponte de Santa Clara
com um ramo de rosas que levanto
à aproximação do carro
saudando-te caro Fernando Assis Pacheco
filho pródigo destes quintais floridos

quando acontece que volto
que assim volto por pouquíssimo tempo dou comigo
na berma da EN1 a olhae à esquerda o Vale do Inferno
hoje estragado por um sacana qualquer dum engenheiro
dizendo adeus adeus Fernando Assis Pacheco
menino antigamente sem cuidado

se é que volto intimado pela agenda
do jornal em Condeixa já inquieto espreito
a ver se vens dos lados de Pombal
oitavo duma fila atrás de um camião
coçando a barba geto bem teu
com que disfarças o nervoso e a pressa

volto sem querer quando decerto
mais não queria voltar
encasacado anónimo de olho circunvago
Leiria nun relance prego no fundo
apetecia parar ao pé de ti Fernando Assis Pacheco
cálido aceno do que morreu

conversarmos os dois sobre esses séculos esses
cafés com quatro mesas e matraquilhos na cve cheirar a bolor
essas aulas a que faltávamos no último período para empatar cinco a cinco com os varões todos torcidos

consta que desde então
não fazes mais do que perder

Anonymous said...

Que saudades...

Que saudades de ver um derby na primeira fila do café mais grego de portugal...

Aquele cheiro a relva, aquela massa associativa empolgante, aquela crítica mordaz...

Que saudades...

A diferença hoje em dia é só uma: é que, por estes dias, o meu Benfica até vai ganhando...

Anonymous said...

Olha que esta…! Óh Zeus, mas eu alguma vez olhei para as pernas do Nuno Gomes??? Não sou pedófila! Ainda por cima o puto não tem piadinha nenhuma! Piada tens tu, que quando eu cheguei do malfadado jogo da
Académica, estavas tu a beber imperiais e a morfar uma brutal sapateira!
Por acaso, foste gentil em mandar mensagem a convidar-me para a
devorar também. Obrigada!

Mudando de assunto, já devem saber que Figo está de volta à nossa selecção. Esse sim, tem umas ricas pernas! Ele que venha e traga os seus “amigos” Morientes(que por acaso já não está no Real Madrid), Beckham(R. Madrid), Van Nistelrooy(do Manchester United), etc, etc, que já são crescidinhos e vale a pena olhar para as pernas deles! Uns borrachos!
Se nos babarmos a olhar para eles, não é vergonha nenhuma! Já o Nuno Gomes, parece uma menina…Enfim!!!

Figo, cá te esperamos para jogares contra a Eslováquia e a Estónia. Não te esqueças da minha “encomenda”, traz as malditas pernas e apresenta-me aos teus “amigos”!

Anonymous said...

Esperem lá...ainda não percebi uma coisa...então mas o dr. Fonseca é Folgado? Seria esse o mesmo o bailarino ébrio de bailes de antanho? Está por aqui salganhada tão grande que nem com uma francesinha com molho de travo picante e um fino bem gelado lá consigo ir. Serve, no entanto, como paliativo, o facto de ser uma peninha que mentes tão brilhantes se entretenham neste diz que disse. Uma peninha. Como afirmou, certo dia, um jovem Palop no Café Atenas, ao jovem Beers "Da próxima vez que te vir, eu não te vou matar, mas vou-te bater!!!"
Saudações francesinhadas